Feito lápis e papel

Não tente entender o que um poeta estava a pensar Em que mundo se encontrava ou qual motivo de cada palavra. Não tente desvendar um mistério sem resposta Somente os que escrevem sabem da sensação que brota.

Lágrimas puras escorrendo sem maldade, sem vergonha, correm soltas como um lampejo de liberadade. Já não se pode mas conter o que transborda em seu ser, em um corpo árduo, amargo, devastado, que já não quer esconder. Tantas vezes tentando mascarar; Tantos momentos que friamente deixou passar; Tantos segredos que não ousa revelar Cada sentimento Cada pedido Cada pedaço de um retrato perdido. Uma resposta ou um alivio, por um momento não procura o motivo. Fragilidade, tristeza, sufoco, emoção, seria mesmo tão difícil definir tal razão. E não há no mundo quem saiba então dizer, quando nem mesmo você tem o desejo de saber.

Quando você encontra aquilo que realmente quer não precisa apenas tem coragem suficiente para se jogar por inteiro, mas também saber que no seu caminho haverão medos e erros, mesmo que pense não, e ai sim, é neste momento onde vai precisar realmente ter coragem, para enfrenta-los, aceita-los e não desistir.

Aquilo que não vivemos teima sempre em nos assombrar,  o ar da dúvida que gruda em nossa cabeça como uma eterna pergunta.

Quero andar de olhos fechados ir de encontro ao inesperado. Quero acordar de um sonho simples, sabendo que não está acabado. Quero sentir o gosto doce de estar apaixonado por um momento me desligar e acordar sorrindo a toa. Quero um suspiro aliviado, um olhar bobo um abraço quente, envolvente, interminável. Quero a magia em cada dia a alegria que suaviza. Quero sentir a alma leve, e o alivio que nunca é breve. Quero ir muito além do esperado sem receio, sem medo, sem regresso... E poder dizer de tudo aquilo que encontrei só a melhor parte, só o que interessa. Deixando que a cada momento todo o resto se despeça

Sorrisos são tão fáceis de mostrar, escondem a verdade que não queremos revelar. Só mais uma máscara onde por trás encontra-se sempre um segredo, inexplicável, tão escuro, quase indefeso, se não fosse o poder de se enganar. Mas cada vez que volta a atormentar não há mentira que possa lhe controlar. Não há imagem que possa lhe sobrepor ou qualquer palavras que cure seu ardor. Em uma paz que já não é encontrada, misteriosa razão, que nunca é encarada.

Andando como alguém perdido, carregando as frustações passadas, desviando o olhar dos problemas que me travam. Buscando a resposta em meio ao nada, olhando em qualquer estrada, carregando a esperança de encontrar algo. Algo melhor que me faça enlouquecer e esquecer do que ficou trás... algo que faça todo o resto ter um sentido, um bom motivo... algo que não sei nem como descrever. E não temer, tendo certeza de que não há razões para isso. E saber que tudo que preciso fazer é me entregar e seguir em frente. Mesmo que surjam novas dificuldades. E poder fechar os olhos sutilmente, espontaneamente abrindo um breve sorriso, deixando me levar completamente pelos sentidos... E lá no fundo sentir a razão e o motivo, saber que ali encontra-se toda a verdade que necessito.

Quem vai ditar o certo e o errado nas costas de um desesperado?