Feito lápis e papel

Somos criados por sonhos que se expandem, por medos que se alastram, por desejos que não se calam, por receios que nos travam, por segredos não declarados, por momentos que se acabam, por fantasmas que não agridem e por memórias que nunca se apagam. Somos cúmplices de uma mente que cria e fantasia. Somos acostumados com o quem nem foi questionado. Somos culpados pelo que não vivenciamos. Somos frutos de um ideal que não controlamos.

Estranhos olhos se cruzavam, dedos se entrelaçavam, lábios se tocavam. Estranhamente se envolviam, se admiravam. Uma descoberta. Um estranho encantador. Em suas mentes a euforia se espalhava, dominando; Se entregando a cada parte do corpo; Em uma mistura delicada. Trazendo uma nova ideia, cheia de vida. Histórias a imaginar. Uma esperança. Uma dúvida. Nenhuma certeza exposta, mas tantas ocultas; Quem sabe, um dia, possam desconfiar. Em um misto de sensações, no balanço agitado da batida de seus corações.

Tantas vidas diferentes, tantas formas de viver. Tantos olhares voltados para você; Ao mesmo tempo, ninguém pode te ver. Tantas formas de encarar ou mesmo se esconder. Tantas formas de encantar, tantas formas amar; Tantas formas de entreter e até mesmo de morrer. Tantos horas sem parar; Tantos dias a passar; Sem controle. Tanto podemos desperdiçar; Tanto podemos acrescentar; Tanto podemos aprender. Tanto não podemos controlar, muito menos prever. Tanto ainda vamos encarrar; Sem saber o porque; Sem saber de que forma Ou mesmo com o saber. Tanto vamos viver; Mesmo sem muito tempo. Tantas besteiras vamos fazer; Sem ao menos perceber. Tantos erros, tantos receios, tantos medos; Que tentaremos amenizar. Tantos vamos sentir, Mesmo sem querer. Tanto vamos ver; Tanto vamos querer; Tanto vamos sonhar. Tanto quanto conseguirmos nos libertar. Que assim então, possamos vivenciar; Não apenas observar.